quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Sopa orgânica?

Quando se calcula exatamente quantas moléculas poderiam ser formadas sob condições ideais, desaparecem as possibilidades de um tal oceano existir. H. E. Hull (1960), L G. Sillen ( 1965) e R. Shapiro (1986) concluíram que o termo “diluída” é um enorme exagero, e que a quantidade de aminoácidos presentes não poderia ultrapassar 0,0001 grama/litro. Esta concentração seria muito baixa para a ocorrência das reações poliméricas necessárias para produzir proteínas. H. R. Hullet (1969) considerou que a concentração de glicina, o aminoácido mais abundante, seria ainda mais baixa: 0,000001 g/L e K. dose sugeriu que essa concentração seria 0,00001 g/l. se a síntese de pequenas moléculas a partir da atmosfera realmente ocorreu na “Terra primitiva”” então, deveriam ter sido produzidas grandes quantidades de resíduos de alcatrão, pois o mesmo ocorreu nos recipientes experimentais. Assim na “Terra primitiva” devem ter sido produzidas grandes quantidades de material não-biológico nitrogenado denominado alcatrão, que teria sido incorporado aos sedimentos do pré-cambriano. Não se conhece tal material no registro geológico. Desse modo, novamente podemos concluir que não temos evidência de que a “sopa orgânica diluída” tenha existido. O que permite que essa idéia ainda persista é, sem dúvida, o grande desejo de alguns. Sagan e M. J. Newman foram tao longe a ponto de declarar: “ A ausência de evidência não é a evidência de ausência.” Para quem crê que a vida não poderia ter-se originado de uma “sopa orgânica diluída”, tais afirmações bastante irracionais, feitas por Sagan e Newman, reforçam a convicção de que, neste ponto, eles estavam errados.
Borges, Michelson. A Origem Da Vida pág. 92-93

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